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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Culpa Ancestral

Jones tem estado muito deprimido. Ele se declarou assassino e não podia ser confortado. Então, ele me fez uma pergunta: “Não são os pais a causa do nascimento de seus filhos?” “Suponho que sim”, respondi. “E todos os homens não são mortais?” “Isso também pode ser admitido.” “Então não são os pais a causa da morte de seus filhos, uma vez que eles sabem que são mortais? E eu, não sou um assassino?” Eu fiquei, eu mesmo, estupefato. Pelo menos, eu consegui pensar em algo reconfortante. Eu mostrei a Jones que causar a morte de alguém não era necessariamente um assassinato. Pode ser um homicídio culposo ou por legítima defesa. Ele me questionou: “E de qual destes, então, eu sou culpado?” Eu não pude dizer por que nunca vi a família de Jones, mas eu ouvi dizer que Jones se tornou um grande chato no asilo, por suas intermináveis apelos a qualquer um, para dizer-lhe se ele cometeu assassinato, homicídio culposo ou por legítima defesa!
— Ferdinand Canning Scott Schiller, citado por Ralph W. Woods em How to Torture Your Mind [Como torturar sua mente], 1969
Isso talvez explique por que o existencialismo não é uma tendência filosófica hereditária. Felizmente.

PS: atentem para o nome do livro: “Como torturar sua mente”. Se isso é apenas um trecho, imagine o efeito do resto. Não-recomendado para leitores emos com tendências suicidas.

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