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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Que feio, HADOPI!

No dia 12 do corrente, em Paris, o ministro da Comunicação e Culrura francês, Ftédéric Mitterrand (pra quem já desconfiou, ele é um genérico sobrinho do ex-presidente François Mitterrand) revelou o logo da HADOPI, entidade nazista francesa que defende os direitos autorais:




Esperava-se que esse símbolo assuste os “piratas” virtuais (“tô morrendo de medo, mamãe!”) e os faça mudar de hábito (i.e., gastar dinheiro com livros, filmes e sessões de cinema cada vez mais caras). Em vez disso, o novo emblema logo virou motivo de vergonha pública para a HADOPI.

Foi sem querer, querendo!
O design já estava pronto e devidamente registrado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial da França há dois meses. Entretanto, a fonte usada no design era uma cópia não-licenciada, pirata mesmo, de uma fonte chamada “Bienvenue”. A fonte foi originalmente criada no ano 2000 por um designer que trabalhava na France Telecom (FT), chamado Jean-François Porchez.

Segundo o autor da obra tipográfica, “O problema é que esta fonte é um ‘tipo de uso exclusivamente empresarial’. Não poderia ser usada por ninguém a não ser a France Telecom/Orange.” O tipógrafo disse que, embora as letras “d” e “p” tenham sido modificadas, isso não é o bastante para considerar o design como uma fonte nova.

A agência que criou o logo, a Plan Créatif — que foi muito criativa em sua explicação do caso — disse que a fonte violava os direitos da Bienvenue, mas que isso fora um “erro de manipulação” — leia-se, “o estagiário apertou sem querer a sequência Ctrl-C+Ctrl-V. Ele não sabia o que era.”

O governo da França emitiu um comunicado com um pedido formal e público de desculpas. Para alívio da HADOPI, a FT já anunciou que não vai processá-la. O mesmo não se pode dizer do criador da fonte, Jean-François Porchez. Ele já contratou um advogado para ver o que pode ser feito.

Chupa, HADOPI!

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Cometário editorial:

Eu sempre desconfiei desses caras que defendem fervorosamente o direito autoral tal como era no século passado.

Pro governo, um pedido de desculpa basta. Mas se você baixar filmes, músicas e fontes tipográficas da net não vai adiantar pedir desculpas. E tome indenização milionária por uma meia dúzia de músicas! (ou livros, ou filmes, ou… ah, vocês entenderam).

O problema com a indústria cultural é que eles ainda não perceberam que, sem os custos de distribuição dos meios físicos (discos, livros, etc), eles deveriam investir mais na criação de mais obras e de maior qualidade. Ou baixar os preços e vender tudo pela web. Mas parece que eles preferem estrangular a galinha (os autores e os consumidores) a perder alguns ovinhos de ouro...

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